segunda-feira, 21 de junho de 2010

Explode, coração

Um dos indicativos mais eloqüentes de que o futebol-xou mundial ruma hegemonicamente para uma massaroca insossa e enquadrada nos padrões do consumismo pretaportê é a ausência das comemorações autênticas, espontâneas na hora dos tentos. Porque gol é catarse, é orgasmo, é o gosto ( e o axé) do sangue da presa abatida. Pelé, el monstro, que fez só 1.300, nunca deixou de explodir de alegria-raiva, maximamente expressas no indefectível soco no ar, mesmo nos tempos globitróters do Cosmos de Nova Iorque.

Em tempos de coreografias e proselitismos (acho que já disse isso), gostei de ver a vibração dos jogadores portugueses, mesmo depois que a sacola dos coreanos já estava até o tampo. É isso, sobretudo, que me faz respeitar - e temer - o time de Dom Sebastião, para muito além do jogo de sexta, bem mais do que o insuportável Cristiano Ronaldo.

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