quinta-feira, 26 de junho de 2014

Balanço IV - o melhor e o pior das paralelas


Do apartamento, oitavo andar, abro a vidraça e grito quando o carro passa:

O melhor: as invasões das torcidas sul-americanas; a delícia que se sente nas ruas, nas arquibancadas, nas transmissões: a festa, a grande festa em nossa casa -  com a nossa competência, com os nossos problemas.

O pior, de muito longe: as transmissões. Senão, vejamos:

Narradores - Desde que Galvão Bueno consagrou e enriqueceu com um novo estilo de narração, que não comporta um minuto de silêncio, não importa que bobagem você fale, não se narra mais o jogo. Não se diz mais o nome dos jogadores, tarefa básica. E com o delay pronunciado das transmissões televisivas digitais, nem o rádio se pode usar.

Os comentaristas - uma dureza a invasão de ex-jogadores, muito deles bem medianos dentro das quatro linhas, deitarem sabedorias pelos microfones com chapéu alheio. Edmundo fala em fair play. Casagrande e Mário Sérgio em exemplo fora dos gramados.  Ronaldo reclama coerência. E por aí vamos. Não que os jornalistas que cederam seus lugares para os boleiros fossem na média muito diferentes, mas um Cáudio Zaidan, um Carsughi, um Trajano valiam e valem a malta de flávios prados e quejandos. Salva-se honrosamente o grande Leovegildo Júnior, craque  ontem e hoje, falando pouco e acertando muito.


Arbitragem - filhos diletos do moralismo que assola o mundo e do legalismo, seu principal subproduto, os comentaristas de arbitragem foram inventados para avaliar as atitudes que os homens de preto tem que tomar em frações de segundos, ao vivo, depois de ver a repetição do lance em câmera lenta dez ou quinze vezes. E para explicar as 17 regras cuja clareza meridiana é em grande parte responsável pelo futebol ser o sucesso universal que é. Não bastasse, chega a ser ofensivo ter que tolerar árbitros que foram desastrosos dentro das quatro linhas como os proverbiais Márcio Rezende de Freitas, o conhecido Senhor 95,  e o arqui-parcial Paulo César Oliveira investidos de uma autoridade moral em que nem suas tão ofendidas genitoras conseguem acreditar. Triste, se não fosse patético.

3 comentários:

Bruno Ribeiro disse...

Velho, faça um post com as previsões para a próxima rodada. Arrisco que ganharemos do Chile, como sempre, pelo placar de 3 a 1 - mas não será fácil. Holanda e México ficam no 1 a 1 e os laranjas vencem, no sufoco, na prorrogação.

Douglas Germano disse...

Você tocou num ponto que me irrita demais. A porra do delay. Sempre assisti o jogo ouvindo o rádio. Agora posso gritar gol antes, mas enche o saco. Sobre os locutores e comentaristas só escuto Tostão, Afonsinho e Gerson. Locutor que dizia o nome só Luciano. Mas se quiser ficar feliz e se sentir em casa, ESPN do Trajano.

Fernando Szegeri disse...

O Trajano é ótimo, mas a narração acho mais amarrada que caju verde.