domingo, 15 de junho de 2014

Argentina x Bósnia

Um jogo bem abaixo da média da Copa até agora. Primeiro tempo pra lá de sonolento, com vocação de zero-a-zero clássico, não fosse o gol-contra caído do céu. A Bósnia é aplicada, voluntariosa, mas tecnicamente limitada. À Argentina faltou criatividade e, ousaria dizer, um pouco mais de vontade. O tal Di Maria foi o exemplo maior. No segundo tempo, a entrada de Higuain confundiu a marcação por zona e aí Messi teve liberdade pra se soltar, até marcar seu belo gol. Mas acho que se fosse o Brasil a jogar essa meia-bolinha na estreia e a nossa torcida maníaco-depressiva já estava de cornetas em punhíssimo.

Acho que compreendi melhor aquilo que senti nas ruas de Buenos Aires recentemente. Parece que falta um certo carisma a essa seleção. Não se viu a velha catimba, o sangue nos olhos proverbial. Isso obviamente não quer dizer que eles não possam ganhar esta e as próximas vinte e duas copas, que Messi não possa marcar 1.282 gols. E, de toda forma, está cedo pra uma impressão mais consolidada.

As paralelas dos pneus na água das ruas: o espetáculo  à parte que é a torcida argentina, tão, mas tão diferente da nossa...

5 comentários:

Douglas Germano disse...

Perfeito, Szègeri!
Foi o jogo com a maior quantidade de passes errados até aqui.
A falta de criatividade com o domínio da bola foi muito similar à do Uruguai.
Suíssa anunciada como provável surpresa, junto com a Bélgica, já mostrou que terá vida curta. Aguardemos os demônios vermelhos.

Fernando Szegeri disse...

Cuca: infelizmente não consgui ver nem o Uruguai, nem a Suíça. Mas essa, vamos e venhamos, vai surpreender quem, cara pálida??? Há mais de mil e quinhentos anos o manjadíssimo ferrolho. Eles podem montar um timezinho melhor num ano, piorzinho no outro, mas o jeito (ou seria a falta de jeito?) de jogar não mudará nunca. Não adianta: quando o Criador dividiu lá no começo os povos da Terra, foi concedendo a cada um determinadas habilidades, segundo as escolhas feitas e obedecendo às cotas divinamente justas. Os suíços já tinham escolhido fazer relógio e queijo. No finalzinho queriam também saber fazer chocolate e jogar futebol, mas aí o Divino disse que não dava, que tinha que escolher um ou outro... Eis aí, meu caro, a explicação metafísica do que nossos olhos não cansam de testemunhar.

Fernando Szegeri disse...

Quanto ao Uruguai, realmente me surpreendi com o resultado. Logicamente sabemos que o time de 2010 já fez muito mais do que permitiriam suas qualidades, muito, claro, pela iluminação de Forlan e pela proverbial garra da Celeste. Nâo era de se esperar muitíssimo em termos de bola, mas achei que dariam trabalho novamente no quesito disposição e luta. Agora, tendo perdido para o adversário que no grupo teoricamente teria menos pretensões, a coisa ficou pretíssima. Pior para mim, que tive a chance de ir ver Itália x Costa Rica e passei...

Bruno Ribeiro disse...

Falta um cabeludo nesse time argentino.

Douglas Germano disse...

Só para constar:
Suíssa nas eliminatórias passou arrasadora por Islândia, Eslovênia, Noruega, Albânia (jogo duríssimo) e Chipre (outra pedreira).
Já a Bélgíc:
Atropelou Croácia, Sérvia, Escócia, País de Galês e Macedônia (teve briga neste)