Um jogo bem abaixo da média da Copa até agora. Primeiro
tempo pra lá de sonolento, com vocação de zero-a-zero clássico, não fosse o gol-contra
caído do céu. A Bósnia é aplicada, voluntariosa, mas tecnicamente limitada. À
Argentina faltou criatividade e, ousaria dizer, um pouco mais de vontade. O tal
Di Maria foi o exemplo maior. No segundo tempo, a entrada de Higuain confundiu
a marcação por zona e aí Messi teve liberdade pra se soltar, até marcar seu
belo gol. Mas acho que se fosse o Brasil a jogar essa meia-bolinha na estreia e
a nossa torcida maníaco-depressiva já estava de cornetas em punhíssimo.
Acho que compreendi melhor aquilo que senti nas ruas de
Buenos Aires recentemente. Parece que falta um certo carisma a essa seleção.
Não se viu a velha catimba, o sangue nos olhos proverbial. Isso obviamente não
quer dizer que eles não possam ganhar esta e as próximas vinte e duas copas,
que Messi não possa marcar 1.282 gols. E, de toda forma, está cedo pra uma impressão
mais consolidada.
As paralelas dos pneus na água das ruas: o espetáculo à parte que é a torcida argentina, tão, mas
tão diferente da nossa...
5 comentários:
Perfeito, Szègeri!
Foi o jogo com a maior quantidade de passes errados até aqui.
A falta de criatividade com o domínio da bola foi muito similar à do Uruguai.
Suíssa anunciada como provável surpresa, junto com a Bélgica, já mostrou que terá vida curta. Aguardemos os demônios vermelhos.
Cuca: infelizmente não consgui ver nem o Uruguai, nem a Suíça. Mas essa, vamos e venhamos, vai surpreender quem, cara pálida??? Há mais de mil e quinhentos anos o manjadíssimo ferrolho. Eles podem montar um timezinho melhor num ano, piorzinho no outro, mas o jeito (ou seria a falta de jeito?) de jogar não mudará nunca. Não adianta: quando o Criador dividiu lá no começo os povos da Terra, foi concedendo a cada um determinadas habilidades, segundo as escolhas feitas e obedecendo às cotas divinamente justas. Os suíços já tinham escolhido fazer relógio e queijo. No finalzinho queriam também saber fazer chocolate e jogar futebol, mas aí o Divino disse que não dava, que tinha que escolher um ou outro... Eis aí, meu caro, a explicação metafísica do que nossos olhos não cansam de testemunhar.
Quanto ao Uruguai, realmente me surpreendi com o resultado. Logicamente sabemos que o time de 2010 já fez muito mais do que permitiriam suas qualidades, muito, claro, pela iluminação de Forlan e pela proverbial garra da Celeste. Nâo era de se esperar muitíssimo em termos de bola, mas achei que dariam trabalho novamente no quesito disposição e luta. Agora, tendo perdido para o adversário que no grupo teoricamente teria menos pretensões, a coisa ficou pretíssima. Pior para mim, que tive a chance de ir ver Itália x Costa Rica e passei...
Falta um cabeludo nesse time argentino.
Só para constar:
Suíssa nas eliminatórias passou arrasadora por Islândia, Eslovênia, Noruega, Albânia (jogo duríssimo) e Chipre (outra pedreira).
Já a Bélgíc:
Atropelou Croácia, Sérvia, Escócia, País de Galês e Macedônia (teve briga neste)
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