quinta-feira, 10 de julho de 2014

Antes, porém...

… temos nosso derradeiro confronto, frente os laranjas. A nação inteira está convocada a reunir o resto de suas exauridas forças para não deixar nossos meninos sozinhos na hora final. Para que possamos fazer uma despedida que honre a dedicação e a gana que o Escrete encampou nessa Copa, como há tempos não se via.


2 comentários:

Douglas Germano disse...

Que os coxinhas determinados à esculhambação de todas as esferas de nossa sociedade amanheçam roucos, e já metam o dedinho no pé da cama logo cedo. Ah, e que repassem seus ingressos.

Arthur Tirone disse...

Tomo a liberdade de postar aqui o texto da Raizinha, que disse tudo:


Ao Escrete, com carinho
Por Railídia Carvalho

Hoje eu quero abraçar o escrete canarinho.
E agradecer.
Certamente muitos estão destilando um ódio de classes contra o nosso selecionado e treinador.
“Prepotente!”, grasnam. E complementam com o bom e velho sentimento de colonizados e baixa autoestima: “Jogadores sem brio, pulhas, decadentes”.
Mal se encerrou o jogo. Aquele editor correu à redação. Queria ser o primeiro a estampar “Vergonha Nacional”. “Vexame”. “Humilhação”.
Considero que, entre as nações sul-americanas, seríamos a única a mandar o selecionado subir no cadafalso.
“Árbitro prejudica Argentina. Antidoping revelará métodos alemães”, diria O Clarín.
“Após goleada, Uruguaios são recebidos por multidão em Montevidéo”, crava o El País.
Pois eu digo, amigos, o escrete precisa de carinho.
Provou em “terras estrangeiras” (porque jogar no Brasil é como estar no exílio – sempre Nelson Rodrigues,) que os nossos caboclos são o melhor do Brasil. Nossa qualidade só está no futebol porque está no homem brasileiro, herdeiro de tradições seculares e que nesta terra tropical produziram um povo de lutas, amável, festeiro e talentoso.
Não é aquele que esteve nos estádios e gritou olé contra o selecionado. Esse, sim, um tipo forjado na desigualdade social brasileira e que se alimenta da injustiça social.
O nosso homem negro, branco, índio, sarará está nos recantos do Brasil, hoje, querendo pegar o escrete no colo. Com ternura, como os índios tratam suas crianças.
O selecionado foi valente durante todo o tempo. Em cada bote no adversário ou drible colocaram a alma, a paixão. Jogaram com as entranhas. As lágrimas dos nossos homens, de alegria e de tristeza, valem mais que todos os castelos europeus.