Diversas cartas
chegaram à redação desta coluna, aconselhando o redatora destas
linhas a antecipar sua aposentadoria, em vista da acachapante bola
fora acerca do jogo entre argelinos e germanos.
O signatário agradece,
comovido, mas declina. Malgrado tenham os leitores completa razão em
relação ao crasso erro de avaliação, isso só reafirma a
disposição para seguir em frente com este modesto artifício,
cumprindo que está, ainda que aos trancos e barrancos, seu intento
precípuo: ser a tribuna de um torcedor comum, que se vale destas
epifanias futebolísticas quadrianuais para se dar o direito de
estampar para posteridade neste asséptico espaço o que normalmente,
no lapso que as separa, só desperdiçaria alegremente pelos
butiquins infectos e arquibancadas carcomidas.
Ademais, é isso:
especialistas estão aí aos borbotões. Ex-jogadores, ex-árbitros,
ex-jornalistas, cartolas, treinadores. Todos com cursos, currículos
e muitas, muitas horas de campeonatos europeus via telinha. E erram
tanto quanto - ou mais - a despeito de quererem vestir os seus
pitacos dos farrapos de uma autoridade difícil de convencer. Nós,
entretanto, acreditamos que a falseabilidade encarna essencialmente a
força motora de qualquer ideia. E o que não sabemos dessa
fascinante brincadeira, aprendemos bem longe dos canais televisivos
por assinatura.
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