quinta-feira, 3 de julho de 2014

Mama África

Falando em continente negro, mais uma vez carecemos das seleções da África sub-saariana nos momentos derradeiros do certame Mundial. Os africanos não repetiram no Brasil as boas presenças de copas passadas. Camarões, cheio de problemas, não disse a que veio. Gana jogou um futebol abaixo do que mostrou ser capaz nas edições passadas, levando o troco das pretéritas eliminações do selecionado estadunidense. Costa do Marfim, ainda que roubada vergonhosamente no lance capital contra a Grécia, não conseguiu emplacar o bom futebol jogado na estréia contra os japoneses. Exceção honrosa para os Nigerianos, que mesmo não empolgando na primeira fase, conseguiram jogar de igual para igual contra a França, impondo seu padrão de jogo e fazendo jus à escola que tão bem representam, prejudicados pela lesão faltosa em seu melhor jogador no momento em que a peleja estava equilibrada e no auge da tensão.

De toda sorte, não sendo mais a surpresa de outros tempos, com seus melhores jogadores exaustivamente manjados pela superexposição dos gramados europeus, presas fáceis da estrutura devoradora do capitalismo esportivo, e sabidamente vergastados pelas críticas condições sócio-político-econômicas a si impostas por uma iníqua estrutura internacional, os países da África Negra  talvez estejam vendo seu outrora tão promissor futebol diante de uma encruzilhada histórica. Fato é que a tendência que atualmente se desenha é que frustrem as expectativas suscitadas 30 anos atrás e estacionem como coadjuvantes do duelo hegemônico entre americanos e europeus. Na melhor das hipóteses, infelizmente.


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