Falando em continente
negro, mais uma vez carecemos das seleções da África sub-saariana
nos momentos derradeiros do certame Mundial. Os africanos não
repetiram no Brasil as boas presenças de copas passadas. Camarões,
cheio de problemas, não disse a que veio. Gana jogou um futebol
abaixo do que mostrou ser capaz nas edições passadas, levando o
troco das pretéritas eliminações do selecionado estadunidense.
Costa do Marfim, ainda que roubada vergonhosamente no lance capital
contra a Grécia, não conseguiu emplacar o bom futebol jogado na
estréia contra os japoneses. Exceção honrosa para os Nigerianos,
que mesmo não empolgando na primeira fase, conseguiram jogar de
igual para igual contra a França, impondo seu padrão de jogo e
fazendo jus à escola que tão bem representam, prejudicados pela
lesão faltosa em seu melhor jogador no momento em que a peleja
estava equilibrada e no auge da tensão.
De toda sorte, não
sendo mais a surpresa de outros tempos, com seus melhores jogadores
exaustivamente manjados pela superexposição dos gramados europeus,
presas fáceis da estrutura devoradora do capitalismo esportivo, e
sabidamente vergastados pelas críticas condições
sócio-político-econômicas a si impostas por uma iníqua estrutura
internacional, os países da África Negra talvez estejam vendo seu outrora tão promissor futebol diante de uma encruzilhada histórica. Fato é que a
tendência que atualmente se desenha é que frustrem as expectativas suscitadas 30 anos atrás
e estacionem como coadjuvantes do duelo hegemônico entre americanos
e europeus. Na melhor das hipóteses, infelizmente.
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