Júlio César foi, para o Brasil de 2010, o anti-Didi. Na final de 58, quando tomamos o primeiro gol antes dos 10 do primeiro tempo - e o complexo de vira-latas e demais fantasmas todos voltaram a rondar o Escrete - , o grande Didi, esse monstro da bola, esse mago, um mestre com a redonda nos pés, fez, com as mãos, a maior jogada de sua vida. Foi ao fundo da meta de Gilmar, pegou a bola e saiu caminhando, lentamente, com a criança no colo, conversando com cada um dos jogadores brasileiros, até depositá-la na marca central. O que disse, não sabemos. Mas a imagem é do tranqüilizador, do líder, daquele que chama a responsabilidade para si e chama os outros à tenência. E deu no que deu.
É claro que, ora direis, tanto hoje quanto ontem, as condições históricas já estavam dadas. Mas o fato é que, ajudado pelo bom Fábio Melo, uma espécie de Cerezo-82 (com 10% do talento daquele), o goleirão brasileiro passará para história como a imagem do desequilíbrio que contagiou fulminantemente todo o time. Mais ou menos como se derrubasse o vidro de pimenta enquanto preparava a canja do bebê. Canja que estava prontinha pra gente papar.
Um comentário:
Bom? Só se for o Fábio Melo mesmo. Porque o Felipe Melo fez uma péssima Copa.
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