quarta-feira, 7 de julho de 2010

Penúltima: o palpite

Prometi, mas não cumpri. Já posso me canditar nas próximas eleições... Mas só mais essa, mesmo, antes da derradeira.

Na verdade, vou arriscar um palpite, coisa que dificilmente faço. Um palpite para a final.

Dentre as quatrocentos e trinta mil, duzentas e vinte e nove modalidades esportivas conhecidas, o futebol só é o que é porque, como na arte, encerra uma dose muito significativa do drama humano. E não só como representação. Enquanto drama real, o futebol envolve muito mais que habilidade, desportividade, capacidade física e técnica etc. etc. etc. A Copa do Mundo, por muitas razões, é o grande ápice do futebol e, por conseguinte, dessa carga dramática. Mais do que em qualquer outro momento, entram em cena, em sua disputa, altas doses de farsa, desespero, euforia, corrupção, desejo, velhacaria, religiosidade, canalhice, violência, erotismo, simulação, dissimulação, malandragem, mandinga, patifaria, vergonha, devoção, coragem, traição etc. etc. etc.

Penso, agora, nas decisões e nos campeões de muitas Copas. Andando para trás, penso na semi-final apoplética em que a Itália ganhou da Alemanha, e na cabeçada do gênio Zidane. Penso na ajuda da arbitragem para o Brasil diante da Bélgica. Na convulsão de Ronaldinho. Na encolhida da bunda de Romário e no pênalti chutado por Baggio. No gol de mão de Dom Diego. Na Itália desacreditada que não ganhou nenhuma na primeira fase, com Paolo Rossi & Cia. No Peru entregando o jogo para a ditadura. No gol inglês em que a bola não entrou. Em Garrincha que jogou a final, apesar de expulso contra o Chile. Em Ghiggia e Barboza. Só as vitórias alemãs parecem escapar dessa sina.

A trajetória holandesa nesta Copa é feita de atuações relativamente tranqüilas (mesmo nos momentos de maior aperto), lances de sorte, eficiência, gols fortuitos, e até uma certa displicência. A espanhola é feita de derrota na estréia, de sufoco contra Portugal, de sufoco contra o Paraguai (com direito a dois pênaltis perdidos, de lado a lado), de sufoco contra a Alemanha.

A não ser que os velhos deuses do futebol estejam, mui excepcionalmente, de folga nesse domingo, acredito que o destino do Caneco, pelos próximos quatro anos, esteja selado: repousar em terras de Aragão e Castela.

4 comentários:

Piscicultrice disse...

Felizmente Mano. Já era a nossa hora. Estou torcendo mesmo. E fala quem aprendeu a gostar de futebol no Brasil com vocês. A final que eu bem gostaría ter visto sería Canarinha/vermelha. Más é isso. Dos “Laranjas” espero que a Furía faça um bom suquinho só....

Unknown disse...

É preciso consultar o polvo.

Arthur Tirone disse...

Acabou o Dibrinho? E a última?

Daniel Frangiotti disse...

Fê, queria me desculpar pelas minhas palavras de bebado depois da eliminação, mas acho que mesmo assim estou certo.

Para o futuro:

Precisamos MATAR o ricardo teixeira em questão de segundos.

Tenho medo de virar um canibal se o Leonardo assumir a seleção, um dunga bichona JAMAIS!

Abraço mano!